O CINECLUBE DO SUL, idealizado pelo Grupo de Estudos Subalternos, Periféricos e Emergentes (Gespe) do Núcleo de Pesquisas D&R, se propõe a pensar as relações entre Centro-Periferia dentro do sistema capitalista, a fim de realizar uma leitura crítica da conjuntura atual da política internacional. A opção pelo audiovisual é estratégica, visto que há uma grande quantidade de filmes produzidos diretamente nos países do Sul Global. Haverá sessões, de 08 de outubro até 17 de dezembro 2014, sobre China, Índia, África e América Latina, abordando temas variados. No auditório 3o andar do CFCH e no auditório da Faculdade de Direito, da UFPE.
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O termo “SUL GLOBAL” passou a ser adotado com frequência para se referir a países situados no hemisfério sul do planeta quando o termo “terceiro mundo” caiu em desuso. Devemos, porém, atentar para o fato de que o referido “sul” não diz respeito a uma entidade geográfica, tampouco a um tipo ideal (MORIN, 2011). Os “suis” são muitos e estão por toda parte: no sul global, no norte, em nós mesmos.
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) o termo “Sul” faz referência ao coletivo de países em desenvolvimento que compartilham uma série de desafios e vulnerabilidades em nível internacional, sem que isto implique que todos pertençam a uma mesma categoria de desenvolvimento econômico, político ou social.
Com efeito, a herança colonial dos povos do Sul gerou uma percepção favorável entre os atores que permitiu a consecução de projetos comuns. Uma comunidade internacional tipo “Gondwana” viu-se assim formada através do discurso de uma cultura comum, da existência de raízes históricas similares, de uma experiência colonial de forte impacto sobre a criação do Estado-nação. (Na geologia, o supercontinente do sul, Gondwana , é o nome que se dá a um antigo bloco continental que incluía a maior parte das zonas de terra firme que hoje constituem os continentes do Hemisfério Sul).
A diversidade de pensamento e perspectiva sobre desenvolvimento percebida e presente em “Gondwana” é não apenas importante como também essencial. É preciso, contudo, também fazer com que essa diversidade se encontre e se compreenda.